

Foto linda do Vinícius (Leyser da Rosa) no Cacupé.
Atenção: este é o posto mais sensacionalista (até agora!) do Pedal Glamour. 🙂
Eu já fui várias, mas certamente, a minha versão mais insuportável, é a versão ‘de dieta’. Falando em dieta, eu já fiz muitas. Eu era tão desagradável, que não podia ver alguém comendo algo saboroso, que já metralhava ‘Você sabe quantas calorias tem cada biscoito deste?‘. Me impressiona que eu tinha amigos.
Um dia eu li numa revista feminina (pois é) uma dieta que iria resolver todos os meus problemas. Chamava ‘A dieta dos 17 dias’. Como boa ser humano padrão, eu não só queria resolver o meu ‘imenso’ problema, como tinha que ser rápido. Bem rápido. Pois a dieta era tão incrivelmente incrível que era um livro. Eu comprei. Minha sócia tinha vergonha do livro e colocava ele debaixo dos papéis para as visitas não descobrirem o que eu estava lendo. Ela tinha razão.
Em resumo, a dieta era uma bosta. Eu fiquei irritada, com um bafo medonho e não perdi um mísero quilo. Queria perder 5kg. A única coisa que consegui foi gastar a paciência de todos ao meu redor. Sem dúvidas. A dieta durava 17 dias – e eu sou bem persistente – mas não aguentei aquilo até o final. Delirava de fome. Fracassei. Num restaurante. Pedi um brigadeiro. Também pedi uma torta. Tava com ódio de tudo na vida.
Fiquei carregando aquele fracasso por muito tempo, até que me lembrei que certa vez perdi 5kg em um mês. Não foi fazendo dieta. Foi pedalando. Na época, trabalhava em um evento e decidi ir de bicicleta (foi quando tudo começou, depois conto a história inteira). Ficava pertinho da minha casa, uns 5 ou 6km. Eu ia e voltava todos os dias. 30 dias – sem folga! No final do evento, tava com cinco quilos a menos. Um pouco da bicicleta, outro pouco do evento, mas tava.
Depois que virei gente grande, aprendi que não se faz dietas. Pelo menos não estas que a gente vê em revistas. Descobri que pra mim, o que funciona mesmo, é me movimentar. Fui em uma nutricionista. Fiquei magra como sempre sonhei. As tias ficaram até preocupadas. Descobri que a minha leveza diminui meu peso – e que, veja só, tem um monte de gente que estuda para saber disto, então não é pra ficar se aventurando por aí sozinha (sempre-procure-um-nutricionista! sério!).
Só fiz dieta de novo ano passado. Virei uma monstra. Chata demais. Que nunca mais se repita.
Pode parecer cômico, mas é bem triste. É triste não se aceitar. É triste querer ser um bibelô perfeito. É triste resumir a sua existência ao seu peso na balança. E não sou estou sozinha nisto. Preferia estar.
Bom, mas este é um blog ~mó astral sobre bicicletas, então devo concluir isto de maneira feliz – e vou. É que tem algo mágico que acontece quando a gente pedala. Não é só que a gente (normalmente) emagrece. É que a gente se aceita mais. Aconteceu comigo e com outras pessoas também. Por algum motivo que não sei ao certo, a gente entende melhor a nossa natureza. Tem gente que desapega da chapinha. Tem gente que desapega das calorias. Tem gente que se desapega de tudo.
Passa a ser bom ser você mesma. Você lida consigo de um jeito melhor. Talvez sejam os hormônios ou o bronzeado nas pernas. Não sei dizer. Foi assim, sendo menos neurótica (mas longe de ser curada), que ganhei um corpo que lido muito melhor. Não é perfeito. Tem vários, inúmeros, infinitos defeitos, mas é nutrido de comida boa e também de sonho, bolo, pizza, hambúrguer e o que mais me der na telha. Não passo vontade. Passei é a acreditar naquela frase “A vida é uma delícia. A gente que tá sempre de dieta”.
Eu também sou a rainha da ansiedade e posso comer açúcar por quatro gerações. Pedalar também ajuda nisto. Parece exagero, mas pedalar pode ser mesmo uma revolução na vida. Menos ansiosa, como menos. Comendo menos, emagreço. Pedalando, gasto calorias e também emagreço. É um lo0p bem interessante, não é?
Enfim, funciona pra mim. Funcionou para muita gente que eu conheço. Talvez não funcione para você – e está tudo bem. Talvez você perca 5kg em um mês, mas eu torço mesmo é que você nunca mais se preocupe em perder peso. Torço que você se preocupe em ser feliz e, no máximo, em ser saudável.
E, se eu puder te dar uma dica, digo pela milésima vez: vá de bicicleta. Vá para um nutricionista pedalando. Vá para um terapeuta pedalando. Vá para o trabalho ou para onde mais você desejar. Só não vá para a banca comprar revistas femininas. Queime gordura e não gasolina.
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P.S.: Durante todo o período entre revistas femininas e começar a pedalar com frequência, eu também fiz terapia, então devo dizer que a bicicleta teve muita influência na minha melhora física e emocional, mas a terapia também foi uma grande aliada. // Eu sou designer, se você realmente quiser saber sobre comida saudável, fale com um profissional da área.
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